quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

CECOS e Molhados: A Psicologia na Saúde Pública do Brasil, Argentina e Colombia

No dia de hoje, tivemos a visita de duas convidadas especialíssimas. Entrevistaremos a Flávia e a Viviana. Ambas são psicólogas e fazem residência em Saúde Pública. Flávia no Brasil e Viviana na Argentina.

Flavia, Edson, Bruno, Viviana, Rodrigo, Giovane e Antonio.
Antonio: Vocês ainda são estudantes ou já estão formadas?
Flávia: Eu já me formei. Estudei os cinco anos obrigatório na cidade de São Paulo.  Já estando habilitada a trabalhar, optei por fazer uma pós-graduação chamada residencia. Ela é bastante pratica, existe apenas uma parte teórica.
Viviana: Também estou formada e fazendo pós graduação. Estou fazendo duas pós-graduações: a residencia em Educação em Saúde, acabo em maio de 2015. E o mestrado em Saúde mental comunitária. Isso em Buenos Aires na Argentina. Eu nasci na Colombia e agora estou morando na Argentina. Esses dois países são muito distantes.

Edson: Como vocês descobriram a Psicologia?
Viviana: Meu primeiro contato foi por conta de um problema familiar quando eu era criança, quando eu morava em Bogotá (Colombia). Minha mãe achou que eu precisava de um cuidado. Fui atendida e me fez muito bem.
Flávia: A primeira vez que eu entrei em contato com a Psicologia foi na oitava série. Quando conheci a psicóloga da minha escola. Ela se tornou uma grande amiga. Eu me lembro do trabalho dela que era dar atenção para as crianças com maiores dificuldades. Foi ela quem me falou sobre as profissão.
 
Edson: Qual a linha ou autor da psicologia vocês gostam mais? Ou não tem um autor de preferência?
Viviana: Eu gosto muito de autores que me ajudam a pensar a psicologia, mas que não são exatamente psicólogos. Tais como Paulo Freire e Ignácio Martin-Baró.
Flavia: Na minha faculdade eu me aproximei bastante da filosofia. A partir da Fenomenologia Existencial. Principalmente Heidegger e Sartre.

Edson: No Brasil até a década de 1970, para ser atendido em Hospital Público era preciso apresentar uma carteira de trabalho. Quem era pobre tinha que recorrer às santas casas que faziam atendimentos beneficentes.

Giovane: En la Colombia como és la Salud?
Viviana: Na Colombia a saúde não é um direito. É como nos Estados Unidos. Quem não tem dinheiro sofre muito, porque lá não existe SUS.

Giovane: Custa mucho dinero?
Viviana: Sim, é muita cara a saúde.

Giovane: Usted conece los atores de la novela mejicana "La Usurpadora"? 
Viviana: Eu não assisto novelas. Porém, já ouvi falar.

Giovane: Flavia, você consegue falar espanhol com a Viviana?
Flavia: A Viviana passou três meses aqui. Pois foi uma parceria entre nossos países. A Viviana se esforçou bastante para falar português. E não precisamos falar espanhol.

Rodrigo: O que é que vocês acham mais interessante no trabalho na saúde pública? À Viviana quero perguntar: o que achou diferente entre o Brasil e a Argentina?
Viviana: Eu acho muitas coisas interessantes, mas vou me concentrar em três coisas: 1) Eu gosto muito da gestão participativa, da participação popular nas decisões de saúde. Isso na Argentina não existe. 2) Segundo, no Brasil o SUS é um sistema único. Já na Argentina é muito fragmentado, havendo convênios de saúde muito fortes, que são chamados obras sociais que são apenas para os trabalhadores. Apenas os mais pobres utilizam o sistema público. Além dos convênios existem os sistemas privados. 3) Por fim, a existência do CECCO que para mim é um sonho feito realidade. É um lugar para encontro e para saúde. Não para doença. Os demais servições se chamam de saúde, mas pensam a saúde a partir da doença. O CECCO pensa a saúde a partir do encontro. E nada é mais saudável que o encontro com outros e consigo mesmo.
Flavia: Eu vou selecionar apenas uma coisa. mas eu admiro muito o SUS, em grande parte pelas coisas que a Viviana falou. O que mais me encanta é trabalhar no território, onde as pessoas vivem, ir à casa das pessoas, fazer coisas do cotidiano junto com elas, não apenas em situações de doença.


Bruno: Ambas estão no fim desse período de residência. Quais são os planos após a conclusão dessa etapa de suas vidas? No pessoal e no profissional?
Flavia: Eu quero me inserir no SUS, então eu tenho planos de me preparar para prestar concursos públicos e de continuar estudando. Tem um texto que a gente leu na residência que fala que a formação nunca termina, enquanto estamos vivos sempre estamos aprendendo. Estou com vontade de aprender coisas diferentes como percussão e idiomas. Vou me casar no ano que vem com meu noivo que se chama Gustavo com quem estou junto a seis anos.
Viviana: Eu tenho muita vontade de voltar para Campinas. Vou trabalhar duro para conseguir isso. Quero fazer o doutorado em saúde coletiva na Unicamp. Na minha vida se aproximam momentos de muitas mudanças. Quero ter muita paz, para viver todas essas mudanças.

Giovane: Cuando teneremos la honra de conocer la Argentina onde usted vivi, Viviana?
Viviana: Todos vocês estão convidados.
Giovane: Gracias por invitarnos!

E para encerrar uma declaração de nossas convidadas:

Viviana: Obrigada pela hospitalidade, gostei muito da Oficina do Blog. Foi a minha primeira vez aqui e me senti como se estivesse em casa.
Flávia: Eu gostaria de agradecer muito a participação no Blog, tem muita coisa interessante aqui no Blog, vocês são muito antenados e vou voltar sempre que puder!


Muito obrigado pela visita e pela entrevista!

Por hoje é só pessoal!

Equipe Tudo acontece.

Feriados e conflitos de interesses

Os feriados de fim de ano estão se aproximando e a polêmica em nossa equipe divide opiniões:

Segundo a opinião de algumas pessoas os feriados são um atraso para o nosso país, pois impedem a população de pensar sobre seus problemas, também aumentam o consumo de bebidas alcoólicas e em muitos casos provocam acidentes de trânsito e violências em geral.

Outros pensam que alguns feriados são datas meramente comerciais que visam estimular o consumo criando necessidades para as pessoas e alimentando o sistema econômico baseado no capitalismo. O que exclui grande parte da população brasileira que não tem condição financeira de presentear seu ente querido com um presente comprado.

Para pessoas que trabalham, os feriados são uma folga de suas responsabilidades profissionais e proporcionam momentos de merecido descanso e lazer em família e com amigos. Ou nos dão condição  de cuidar de algum familiar doente, quando temos a necessidade.

Acreditamos também que muitos feriados são datas históricas marcantes e que nem sempre são lembradas pela população a partir de sua importância, enquanto conquistas sociais e históricas internacionais e nacionais. Como, por exemplo, o dia da Consciência Negra (20 de novembro) e o Dia do Trabalho (1o de maio).
Achamos contraditório que o Brasil, como estado laico, tenha tantos feriados religiosos no calendário oficial e também pelo fato que as datas existentes são relativas a uma religião brasileira, desconsiderando toda a pluralidade cultural e religiosa da nossa nação.

Apesar de reconhecermos, que muitos feriados beneficiam a população, sempre haverá conflitos de interesse. Por inúmeras razões acreditamos que temos muitos motivos para contestar e aclamar os feriados e  por isso queríamos compartilhar com vocês.









Equipe Tudo Acontece


Recado as famílias por G.F.S.
:
Por fim, queria lembrar que festas natalinas em que milhões de famílias no mundo deveriam celebrar momentos felizes, para muitos são datas tristes demais por deixar sequelas para pessoas que relembram dos seus entes queridos que faleceram, meus sentimentos a todas estas famílias.